TRINTA E DOIS ANOS DE HISTÓRIA
A Constituição…
A estrutura sindical corporativa herdada do fascismo e conservada pela generalidade dos sindicatos até 1977/78, impediu que fossem resolvidos os grandes e graves problemas dos trabalhadores metalúrgicos. A manutenção das Assembleias-Gerais, com esquemas de manipulação bem montados, impedia que qualquer trabalhador pudesse manifestar a sua opinião ou sugerir qualquer alteração ao proposto pela direcção, tendo como certo as ameaças, os insultos e mesmo as agressões.
Como resultado de tudo isto, um grande número de trabalhadores metalúrgicos que, ao longo dos últimos anos, jamais desistiria de lutar por se fazer ouvir, decidiu colocar um travão nesse comboio desenfreado alheio à democracia, à moralidade e à justiça.
Foram promovidas inúmeras reuniões em que se debateram os problemas mais prementes da classe e onde foram igualmente definidas algumas linhas de actuação que pudessem surgir como alternativa à estrutura e à prática corporativa prosseguida pela Intersindical de então. Começaram assim a esboçar-se as linhas programáticas de uns novos estatutos sindicais que consagrassem o sentir e o querer da grande maioria dos trabalhadores metalúrgicos. Este movimento foi posteriormente alargado a todo o país, através de grupos de trabalho que se constituíram para o efeito. Como consequência lógica surge a ideia da criação de um Sindicato Vertical de âmbito nacional.
A fim de dar continuidade às deliberações de um cada vez maior número de trabalhadores metalúrgicos foi eleita uma comissão directiva provisória que distribuiu o projecto de estatutos por todo o País, com vista à sua discussão e necessária correcção. Aprovados os estatutos provisórios, os mesmos foram enviados ao Ministério do Trabalho que procedeu à sua publicação oficial no Boletim nº 25, datado de 8 de Julho de 1978.
Estes novos Estatutos propunham uma estrutura que se caracterizava pela substituição da Assembleia-Geral pelo Congresso e onde seriam eleitos todos os órgãos do sindicato a formar. A Comissão directiva provisória teria então 90 dias para proceder à eleição, a nível nacional, de delegados ao Congresso constituinte do SIMA.
O 1º CONGRESSO DO SIMA
À data da realização do 1º Congresso do SIMA já se contavam, a nível nacional, mais de 36.000 aderentes. Foi essa grande mobilização inicial que permitiu que a realização do Congresso se transformasse num marco histórico para o movimento sindical Português, em geral, e para os trabalhadores metalúrgicos muito em especial.
Após dois dias de um profundo e aberto debate, os 300 delegados presentes, vindos de todos os distritos do País, acabaram por aprovar os Estatutos e o Documento de estratégia Sindical e elegeram os corpos directivos do Sindicato das Industrias Metalúrgicas e Afins – SIMA – o primeiro sindicato vertical de Portugal.
O SIMA foi ainda membro fundador da UGT – União Geral de Trabalhadores e está desde a sua constituição filiado na FEM – Federação Europeia dos Metalúrgicos e na FITIM – Federação Internacional dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicos.
Em 2003, em virtude de uma alteração estatutária o SIMA alargou o seu âmbito de actuação, passando a representar todos os trabalhadores que, independentemente da sua profissão ou categoria profissional, exerçam a sua actividade em todos os ramos da indústria, serviços ou afins, ou em qualquer ramo cuja evolução tecnológica àqueles o aproxime.
A Estrutura
O Órgão máximo do SIMA é, pois, o Congresso, constituído por um colégio de delegados eleitos por voto directo, universal e secreto, em escrutínio pelo método da média mais alta d’hont.
Das várias atribuições conferidas ao congresso, que reúne ordinariamente de quatro em quatro anos, consta a eleição do Secretário-Geral, o Secretariado Geral Nacional, do Conselho Fiscalizador de Contas e do Conselho Disciplinar. A Comissão Executiva é o último órgão executivo.
A estrutura do SIMA assenta directamente nas empresas, constituindo assim a base da unidade dos trabalhadores na discussão dos seus problemas. Os princípios que norteiam o SIMA não permitem a aceitação passiva das soluções, antes exigem a participação franca e activa de todas as correntes sindicais para que a mais ampla mobilização de todos os trabalhadores possa ser um facto.
São os princípios do sindicalismo Democrático que orientam a sua acção, tendo em vista a criação de um movimento sindical forte e independente. O SIMA propõe-se lutar com todas as organizações sindicais democráticas, nacionais ou estrangeiras, para conseguir a libertação dos trabalhadores de acordo com os princípios da solidariedade operária e sindical internacional.
Actualmente …
Imediatamente após a realização do Congresso foi dado início à fase de organização do sindicato. Foi possível, contando com o esforço dos trabalhadores aderentes ao SIMA, organizar uma estrutura a nível nacional, forte e em expansão, dotando-a de meios para uma defesa intransigente dos trabalhadores, seus associados, e dos trabalhadores em geral.
O SIMA tem vindo a reforçar a sua posição, não só a nível nacional, como maior sindicato, como a nível europeu e internacional. Demonstrando que o projecto iniciado em finais da década de 70 se tornou uma realidade indiscutível e que é, actualmente, como o sempre o foi, um sindicato que defende os trabalhadores dos sectores abrangidos.
O SIMA está presentemente implantado de norte a sul do país, contando com uma forte organização nas maiores empresas do país.
Por isso, participamos activamente na contratação colectiva, negociando os mais importantes Acordos Colectivos dos diferentes sectores: metalúrgico, naval, transportes, metalomecânico, eléctrico e electrónico, químico, automóvel, ourivesaria e relojoaria, madeiras, cimento, têxteis, defesa, abastecimento de combustíveis, energia, comunicações, alimentar, celulose e papéis, bem como a nível das próprias empresas, onde pessoal qualificado negoceia os acordos de empresa.
Promovemos a Formação, a nível sindical e demais áreas, para todos os nossos associados, procurando dessa forma responder às necessidades que se nos colocam.
Procuramos inovar, por isso dispomos de um vasto leque de benefícios, que vão desde o apoio jurídico aos nossos associados, aos descontos em inúmeros estabelecimentos médicos e comerciais, lazer, desporto, entre outros, que colocamos ao dispor dos associados.
O SIMA SIMA foi ainda membro fundador da UGT – União Geral de Trabalhadores e está desde a sua constituição filiado na FEM – Federação Europeia dos Metalúrgicos e na FITIM – Federação Internacional dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicos. Com a fusão e extinsão da FEM passou a fazer parte da Industriall desde dia 15 de Maio de 2012.